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Resenha: Peter Pan

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Título: Peter Pan
Autor: J. M. Barrie
Editora: Zahar

Nessa versão reduzida, a editora Zahar não colocou comentários ou ilustrações, mas não deixa de ser uma história fascinante. Fã de Peter por causa do desenho da Disney posso dizer que o livro é maravilhoso e que apesar de ser bem parecido com as duas adaptações produzidas pela empresa de animação mais tradicional do planeta, o livro consegue ser mais interessante.

Na verdade, às vezes acho que juntando a animação de 1953 com o filme Peter Pan de 2003 você tem o clássico da Zahar. Há detalhes do livro que só apareceram no live action e outros que só apareceram no desenho. É claro que a versão em papel e tinta vai um pouquinho mais além, mas aí você vai ter que ler para descobrir o que eu estou falando.

Como isso é uma resenha e não uma “dobradinha” de filmes e livros, vou me concentrar nos escritos do senhor Barrie. Peter é um menino que esquece fácil das coisas, que gosta de histórias como “Cinderela” ao mesmo tempo que estripa um pirata sem muito remorso. Nesse sentido ele parece uma eterna folha em branco, ou uma folha escrita a lápis que é apagada ao final de cada nova história. Talvez seja por isso que ele nunca cresça: o mundo continua sendo uma grande descoberta, dia após dia.

O relacionamento de Peter com Wendy é que me assustou um pouco. Com esses meus olhos de mulher moderna, não deu para evitar o choque cultural com o modelo de feminino que ela representa. É até engraçadinho que ela seja seduzida para ir a Terra do Nunca com Peter para costurar botões e fazer remendos em calças de meninos, mas acho um tanto problemático mostrar isso para uma menina nos dias de hoje.

Outra coisa que me assustou um pouco e acho que até já mencionei aqui em cima, é que o herói não tem muita consciência das coisas que faz. Para ele, matar uma pessoa é divertido e quase banal. Isso também deve ser questionado quando for lido na companhia de uma criança, mas confesso que para  a psicologia o personagem deve ser um prato cheio: Peter é a personificação do “id” das pessoas e também o famoso “perverso polimorfo”.

Apesar desses dois poréns, gostei bastante de conhecer a versão clássica da história e recomendo a todos os adultos com espírito infantil e curiosidade pela origens das histórias que povoaram suas mentes na infância. E você? Já leu Petter Pan?