Título: O homem que caiu na Terra.
Autor: Walter Tevis
Editora: DarkSide
Ano: 1963.
T.J. Newton cai no Planeta Terra no contexto da Guerra Fria, quer dizer eu suspeito disso porque discute-se socialismo de vez em quando, há um medo latente de destruição do mundo e porque o livro não tem uma fórmula muito atual de desenvolvimento. O fato é que esse E.T. curioso faz testes em toda comida que vê pela frente, se associa a um advogado e logo vira um mega empresário que detém patentes de tecnologias avançadas em diversas áreas do conhecimento humano.
À principio, fiquei bastante confusa com o ritmo da história. Não é um livro cujo foco é a ação, como costumam ser os livros de hoje. As coisas vão se encaixando lentamente e acho que poderia dizer que ação mesmo só no final do livro. O foco é o conflito do Newton entre permanecer fiel à Anthea ou se entregar à humanidade crescente nele.
Confesso que não caí de amores pelo herói ou me apeguei a algum personagem secundário (até porque todos eram pessoas tristes e só sabiam beber Gim). Newton consegue ser antipático chamando a todos os homens de macacos que se acham inteligentes, mas do meio para o final ele me deixou com o coração apertadinho e tive que concordar com a macaquice.
Até agora não tenho certeza se gostei do livro ou não. Ele não é feliz, não te emociona e ainda por cima joga no teu colo um baita julgamento: o homem merece ser salvo?Acho que tive um impacto equivalente apenas com o “O oceano no fim do caminho” de Neil Gaiman. Quer dizer, elas foram histórias que mexeram fundo com a minha estrutura, não por serem emocionantes, mas por serem questionadoras e densas.
O mais estranho é que apesar de tudo isso que falei, eu realmente espero que você leia e se confunda como eu. Acho que vai acrescentar muito à sua vida.
Grande abraço,
Aleska Lemos.