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Livro: Razão e Sentimento

thumbnail_IMG-20170904-WA0028Livro: Razão e Sentimento
Editora: Nova Fronteira
Autora: Jane Austen

Vocês provavelmente conhecem esse livro como “Razão e Sensibilidade”, mas por algum acaso que desconheço, os tradutores  dessa edição que tenho em mãos resolveram que “Sentimento” combinava mais com a obra. Não sei se concordo, mas faz sentido se você analisar bem as heroínas.

Bom, para quem não conhece, esse foi o primeiro livro publicado pela autora, muito embora tenha sido escrito depois de Orgulho e Preconceito, quis o destino que as irmãs Dashwood “debutassem” na sociedade primeiro. Ele conta a história dessas moças a partir do falecimento de seu pai, quando ao mesmo tempo perdem a posse de suas terras para o irmão mais velho (que já era rico).Assim, com quase nada para empacotar, a mãe e as três filhas partem de sua antiga casa (em parte para se verem livres da cunhada nojenta) para um chalé em Barton, onde travam relações novas e adquirem novos problemas.

Parando por aqui com o resumo da sessão da tarde, vou fazer um breve comentário sobre a autora e a história: quem já leu os romances da Jane sabe que ela sempre trata da condição feminina na sociedade inglesa do século XVIII, principalmente a questão da herança, no entanto, um romance se diferencia do outro pelos temas, quase sempre personificados pelas heroínas. Então não é de se admirar que Marianne e Elinor travem uma batalha épica (ok exagero meu) entre razão e emoção.

Na minha perspectiva, as meninas tem personalidades complementares e deveriam ensinar uma à outra alguma lição, mas infelizmente o que percebo é que apenas Marianne evolui, enquanto que Elinor segue sofrendo por sempre ter que dizer amenidades e seguir as regras da sociedade. Suspeito de que Austen acreditasse que o temperamento da mais velha fosse superior.

No entanto, justiça seja feita a Elinor: ela é muito esperta e consegue barrar bem as “invasões” das pessoas em sua vida, bem como consegue analisar as intenções  de todos e assim diminui o próprio sofrimento. Já sua irmã diz o que pensa o tempo todo, sem se importar se vai ofender e deixa todo mundo saber o que sente sendo imprudente e preconceituosa, às vezes.

Achei a leitura muito bacana porque por mais que  fosse a história de como as senhoritas Dashwood se casaram (aos trancos e barrancos, coitadas muitas situações atrapalham o final feliz), o foco sempre foi seus temperamentos e como as duas processam os fatos que lhes ocorrem.

Bom, isso é tudo, pessoal! Espero que tenham gostado ^_^

Beijos da Aleska.

Filme

Água para Elefantes

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Um senhor de mais de 90 anos cujo o nome é Jacob Jankowski estava ali, embaixo da chuva, em frente a entrada de um circo que acabara de finalizar o espetáculo.  Para protegê-lo da chuva, dois funcionários se prontificam a levá-lo para dentro do circo. Aquele ambiente era capaz de reviver muitas memórias de sua vida, pois os seus laços criados com o circo mudaram completamente seu destino e por isso resolve relembrá-las.

Jacob Jankowski era filho de poleneses, estudante de medicina veterinária, prestes a fazer seu último exame e se declarar formado pela Universidade Cornell. Porém, seus pais morrem em um acidente de carro e deixam muitas dívidas. Sua vida muda completamente ao se ver sozinho, sem dinheiro e sem moradia, até que um trem cruza seu caminho e Jacob resolve entrar nele, sem sequer imaginar que daquele em dia em diante tudo mudaria.

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Descobre que estava no trem do Circo Benzini Bros e tenta por meio deste seu sustento. Contratado pelo circo, recebe a função de cuidar e treinar a nova e incrível elefanta Rosie, e é nessa nova vida no circo que Jacob se apaixona por Marlena, que nada mais era a mulher de August, dono do circo. O mesmo se revelará um grande vilão, ao maltratar animais e pessoas que ali trabalhavam, fazendo com que todos vivessem em condições precárias, repletos de exaustão e fome.

O enredo do filme se desenrola no amor proibido vivido por Jacob e Marlena entre todas as dificuldades da vida no circo. O filme prende bastante a nossa atenção, porém tudo nele acontece de forma dada e simples. Os personagens principais desenvolvidos já são compreendidos de imediato, mas os outros trabalhadores do circo são personagens incríveis que poderiam ter sido mais explorados.

“Água para Elefantes”, uma adaptação do livro de Sara Gruen, é um filme para assistir sem pretensões e grandes expectativas, já que trata-se de uma história bem fluida e previsível. Porém, sua fotografia é incrível, a relação entre Jacob e a elefanta Rosie é completamente apaixonante! Vale a pena assistir, já que em meio ao romance, há bastante drama, pois o filme acerta em cheio ao mostrar a mistura de melancolia e felicidade daqueles que vivem a dura e mágica vida de circo.

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Trailer do filme abaixo: 

Direção: Francis Lawrence

Elenco: Reese Witherspoon (Marlena Rosenbluth); Robert Pattinson (Jacob Jankowski); Christoph Waltz (August Rosenbluth); Paul Schneider (Charlie O’Brien); Jim Norton (Camel); Hal Holbrook (Jacob Jankowski – idoso); Ken Foree (Earl) e James Frain (cuidador de Rosie).

Imagens: Copyright Twentieth Century Fox France

Thatiana Napolitano

Filme

A Bruxa

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Um filme que se passa em pleno século XVII na Nova Inglaterra, um contexto no qual a religiosidade é de extrema importância para a vida em sociedade, uma família inglesa acaba sendo banida da comunidade na qual viviam por serem acusados de heresia. William (Ralph Ineson) e Katherine (Kate Dickie) partem para o interior da região com a esperança de encontrarem terra para plantio e assim poderem reconstruir suas vidas do zero.

A família fica totalmente excluída da civilização em terra estranha. Os pais encontram grandes dificuldades ao terem que sustentar, em precárias condições, todos seus filhos: Thomasin, Caleb, um casal de gêmeos Mercy e Jonas e o bebê Samuel. É nesse sofrido e difícil cenário, rodeados por uma floresta nada acolhedora, que muitos acontecimentos estranhos e assustadores irão aos poucos abalar o núcleo familiar.

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“A Bruxa” não se trata de um filme de terror e suspense que a maioria das pessoas estão acostumadas a assistir. Não espere jumpscares e todo aquele clichê, pois o filme desconstrói a todo momento a fórmula esperada do gênero terror. Todo o pavor que permeia o filme se encontra na maneira em que a história é construída, e a mesma é apresentada aos poucos com cenas em cores frias, sem vida, bem lentas, trabalhadas em diálogos sugestivos que criam um forte clima de tensão. A trilha sonora também é um dos pontos mais altos do filme, é de arrepiar e a mesma insinua sensações perturbadoras a cada cena.

Todo o terror psicológico envolvido na narrativa ocorre através de um questionamento e crítica ao pensamento da época (e que curiosamente nos faz refletir sobre o nosso contexto atual). O filme levanta questões interessantes, de maneira inteligente, acerca do fanatismo religioso ao nos apresentar situações que mostram como a religião era de extrema importância para a família e como a mesma irá encarar o inesperado.

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Mais do que um dos filmes de terror disponíveis, “A Bruxa” é um bom filme para quem gosta de refletir acerca das questões que são levantadas e prefere um terror menos óbvio, mais surpreendente. É preciso estar imerso para sentir a tensão proposta e se deixar envolver pelo terror psicológico. Com cenas fortes, impactantes, metafóricas e com um roteiro muito bem construído esse é um filmes do gênero que não dá pra deixar de assistir. Recomendo!

Trailer:

Imagens: Copyright Universal Pictures

Direção: Robert Eggers
Elenco: Anya Taylor-Joy (Thomasin); Ralph Ineson (William); Kate Dickie (Katherine); Harvey Scrimshaw (Caleb); Ellie Grainger (Mercy); Lucas Dawson (Jonas).

Thatiana Napolitano

Filme

Amor e Revolução (E tensão do início ao fim)

Lena (Emma Watson), Daniel (Daniel Brühl) in “Colonia”

Um filme que se passa no início do pesadelo da ditadura chilena de 1973 – fruto do golpe militar de General Augusto Pinochet – “Amor e Revolução” (título original “Colonia”) conta uma história de amor recheada de drama e sofrimento de um casal de alemães: a comissária de bordo Lena (Emma Watson) e Daniel (Daniel Brühl).

Ao ir para o Chile, fazer trabalhos fotográficos em apoio ao presidente Salvador Allende, Daniel torna-se simpatizante e militante da revolução. Lena vai para o Chile visitá-lo e logo após ocorre o tenebroso golpe militar. Daniel, ao ser reconhecido militante a favor do presidente Allende, é preso e levado para a Colônia Dignidad (que se auto denomina um retiro religioso, mas que na verdade trata-se de um campo de concentração e tortura de presos políticos). Sendo assim, Lena precisará encontrar um jeito, mesmo que seja altamente arriscado, para salvar a vida de Daniel.

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“Amor e Revolução” é um filme baseado em fatos reais que aborda questões cruéis e extremamente perturbadoras consequentes da ditadura chilena, juntamente de uma história de amor e coragem de tirar o fôlego. A atriz Emma Watson (Lena) assume o papel de uma mulher destemida, independente e determinada, dando um show de empoderamento feminino no cinema. Também é notável o ator Michael Nyqvist que interpreta Paul Schäfer, líder da Colônia, fazendo um belo trabalho ao deixar o espectador repleto de raiva e indignação pela sua marcante presença de vilão.

Um filme com cenas fortes e chocantes em tom de crítica, “Amor e Revolução” vale muito a pena assistir, trazendo consigo grandes questionamentos ao proporcionar um olhar nu e cru de um sistema ditatorial.

Colonia Dignidad

Link do trailer legendado disponível abaixo:

Amor e Revolução | Trailer Oficial (2016) Legendado HD

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Elenco: Emma Watson (Lena); Daniel Brühl (Daniel); Michael Nyqvist (Paul Schäfer); Vicky Krieps (Ursel); Julian Ovenden (Roman Breuer) e César Bordón (Manuel Contreras).

Imagens: Copyright Majestic

Thatiana de Assis Napolitano

Filme

Um Olhar do Paraíso

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Este é um dos filmes que mais marcou a minha vida, a ponto de arriscar ao dizer que se tornou um dos meus favoritos e indico sempre que posso. Sendo assim, nada mais justo compartilhar com vocês sobre ele aqui no blog e explicar o porque desse filme ser tão único e carregado de reflexões que não deveriam passar despercebidas.

Uma adaptação do livro de Alice Sebold e dirigido por Peter Jackson, Um Olhar Do Paraíso trata-se da linda e trágica história de Susie Salmon, uma adolescente de 14 anos que é brutalmente assassinada na volta da escola, no dia 6 de dezembro de 1973 em Norristown, Pensilvania. Susie tem uma vida normal com seus pais e sua irmã e, como toda adolescente, tem o sonho de beijar o menino da escola por quem está perdidamente apaixonada. Porém, esse e muitos outros sonhos são bruscamente interrompidos pelo seu assassino que sempre esteve mais próximo do que poderia imaginar, calculando friamente cada detalhe do crime.

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As buscas pelo paradeiro de Susie começam assim que a família percebe a sua demora para chegar em casa  e entram em total desespero a fim de encontrar pistas pelo bairro. Seus pais, Jack e Abigail, demoram para aceitar o ocorrido, mesmo depois dos policiais encontrarem vestígios que indicariam a morte da menina.

Toda a história é contada pela própria Susie, que depois de todo o acontecimento, se encontra no “horizonte azul” que está entre os dois mundos, o céu e a terra. É neste local que a menina consegue ver todos que a amam sentirem a sua falta e a todo instante tenta tranquilizá-los de que está bem. Seu pai entre os membros da família era o mais próximo e também quem mais a preocupava.

Eu ainda estava com ele.
Eu não estava perdida.
Nem congelada ou morta.
Estava viva…
Viva no meu próprio mundo perfeito.

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Todo o filme é conduzido pela emoção e pelo drama envolvendo todas as inúmeras possibilidades da vida de Susie, que se encontra no dilema entre seguir em frente, rumo ao paraíso, ou alimentar a sede de vingança com o desejo de justiça.

Um Olhar do Paraíso é de longe um filme bastante imaginativo, espiritual, que nos traz muitas reflexões do pós morte. É uma mistura de suspense, terror, drama e romance: torna-se um convite atraente para o espectador se envolver e imergir no mundo de Susie Salmon.

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O link do trailer está disponível abaixo: 

Um Olhar Do Paraíso Trailer Legendado

Elenco: Saoirse Ronan: Susie Salmon; Mark Wahlberg: Jack Salmon; Stanley Tucci: George Harvey; Rachel Weisz: Abigail Salmon; Susan Saradon: Avó da Susie; Rose Mclver: Lindsey Salmon; Reece Ritchie: Ray Singh e Michael Imperiolli: Len Fenerman.

Thatiana Napolitano

Filme

The Discovery e a busca de uma nova chance

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Como resultado de uma das produções da Netflix, o filme The Discovery possui uma premissa bastante interessante: é cientificamente comprovado a existência de vida após a morte ou melhor “um novo plano de existência”, cuja descoberta trará consequências surpreendentes para o futuro da sociedade.

O cientista Thomas Harber é o grande responsável por essa descoberta instigante e estará disposto a aprofundá-la, ir cada vez mais além dos seus 40 anos de estudo. Porém, ao divulgar o seu grande feito e despertar a curiosidade, milhões de pessoas recorrem ao suicídio a fim de “chegar lá” e encontrar uma nova chance. Como consequência do impacto causado pela sua descoberta, o cientista acaba se isolando para dar continuidade aos seus estudos científicos.

Um dos seus filhos, Will, vai ao encontro de seu pai para conversar sobre suas investigações que estão afetando drasticamente o mundo e tentar convencê-lo a dar um fim a sua pesquisa. É neste percurso que Will conhece Isla, uma mulher interessante que lhe parece um tanto familiar e que nele despertará uma paixão. A partir desse momento, a história começa a se desenrolar e traçar uma trajetória bastante intrigante.

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Mais do que um filme de ficção científica, The Discovery traz consigo bastante drama e muitas reflexões. Seu foco gira em torno do conceito que está por trás dessa grande descoberta científica, e também sobre o poder das nossas ações que podem alterar profundamente a vida de uma pessoa e consequentemente gerar muitos arrependimentos.

Apesar de não ser um filme unicamente sobre o assunto “vida após a morte”, toda a sua ideia nos faz pensar se a morte seria de fato um fim inquestionável ou um recomeço, uma nova chance. Não nos traz o céu ou o inferno como um possível destino, nem o simples fim, tornando assim sua solução bastante surpreendente ao trazer uma nova perspectiva sobre o assunto.

Assistir ao filme sem grandes expectativas e pretensões me parece mais proveitoso, pois o seu fim nos levantará diversos questionamentos e reflexões inesperadas: A ciência de fato tem tanto peso e responsabilidade em relação a vida das pessoas? E se houvesse vida após a morte, teríamos uma nova chance de fazer diferente?

São dessas e outras inúmeras questões que o filme fará bom uso no decorrer da história, nos deixando cada vez mais envolvidos e curiosos em meio a tantas descobertas.

O link do trailer está disponível abaixo, vale a pena conferir!

The Discovery (2017) Filme Original Netflix – Trailer Legendado

Elenco: Robert Redford (Thomas Harber); Jason Segel (Will); Rooney Mara (Isla); Jesse Plemons (Toby); Riley Keough (Lacey); Ron Canada (Cooper).

 Thatiana Napolitano