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O urso e o rouxinol

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Autora: Katherine Arden

Editora: Fábrica 231

Ano:2017

Sinopse do SkoobO urso e o rouxinol mistura aventura, fantasia e mitologia ao acompanhar a jornada da jovem Vasya, criada, junto aos irmãos, num vilarejo próximo de uma floresta, e que cresceu ouvindo de sua ama contos e lendas sobre criaturas que vivem nas matas e que precisam receber oferendas para manter o mal adormecido em seu interior. Mas a chegada de Anna, madrasta de Vasya vinda da capital, de hábitos católicos, e de um padre ortodoxo que resolve instituir as práticas cristãs no vilarejo, provoca uma mudança na rotina da menina e abre as portas para uma terrível catástrofe. Sensível e determinada, Vasya é a única que consegue enxergar e conversar com esses seres fantásticos e torna-se a última esperança para salvar o povoado onde nasceu da destruição.

Ganhei esse livro no natal do ano passado e andava louca para lê-lo, só que me enrolei com alguns outros títulos que estavam na fila de espera. Felizmente, porém, transgredi a ordem dos livros que eu precisava ler e devorei a história da sra Arden.

Não sei se todos conhecem, mas existe um conto de fadas russo chamado “A Vasilissa” que imagino ter inspirado a autora. Na versão que conheço, a heroína se vestia de homem, cavalgava como homem e era firme e rebelde, já nas versões que achei no google ela era uma lady de tão meiga.

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O caso é que as duas versões, apesar de opostas são compatíveis com momentos diferentes da narrativa. A Vasilissa meiga que vence a bruxa Baba Yaga  é levada ao rei que se apaixona por ela, como aconteceu com a avó da protagonista de O urso e o rouxinol, já a Vasilissa rebelde que faz coisas “masculinas” é a propria Vasya  (apelido russo para Vasilissa) do livro.

Achei a história maravilhosa. Sou grande fã de contos de fadas e essa adaptação do tradicional conto russo foi muito bem pensada. Retrata muito bem o período medieval (a autora pesquisou direito a História do país de modo que você aprende muito)* e seus costumes de vassalagem e também o relacionamento complicado que a igreja católica mantinha com seus fiéis.

Aliás, acredito poder dizer que se trata da expansão do cristianismo na Rússia (que ainda não tinha esse nome, pois não era um país independente, os príncipes de lá eram vassalos do Khan mongol), porque o conflito da história é o poder mágico/folclore local contra a fé cristã, que demonizava as criaturas mitológicas.

Por último, o livro dá um show de girl power, que vai agradar muito as meninas (final excelente!).

Até mais, Aleska Lemos.

*Quer dizer, na escola e até mesmo durante a faculdade, tenho a impressão de que a Rússia nasce para a História mundial após a Revolução de 1917. Antes disso apenas aparece para derrotar Napoleão.